Vem

Vem, vem, sejas tu quem fores
Não importa se és um infiel, um idólatra
Ou um adorador do fogo,
Vem, a nossa irmandade não é um lugar de desespero,
Vem, mesmo tendo violado o teu juramento cem vezes,
Mesmo assim, vem.

~Rumi


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Árvore de Mostarda

Rezam os Upanishads que existem dois pássaros numa árvore: um num ramo mais baixo e outro num ramo mais alto.

O pássaro do ramo de baixo pensa, preocupa-se, deseja, ordena, acumula, luta, compete; está sempre angustiado, tenso, salta de um ramo para o outro, movimentando-se sempre sem nunca repousar.

O outro está pousado num ramo superior, está em repouso. Está tão silencioso que é como se não estivesse lá. Não tem nenhum desejo, nenhum sonho. Não tem necessidades a satisfazer, é como se não tivesse lugar para onde ir. Fica simplesmente sentado, alegrando-se consigo mesmo, e observa o pássaro que está no ramo de baixo.


Se quiseres continuar a ter problemas, nunca dês atenção ao ser interno. Se quiseres andar sempre angustiado, fica na periferia, não olhes para dentro. Vai saltitando de ramo em ramo. Corre como louco e precipita-te em conclusões.

Mas se quiseres a Alegria, se quiseres a Paz, então, olha para dentro. É difícil — é difícil, porque é muito subtil. É possível ver a matéria, mas não o espírito.
Corre devagar, corre vagarosamente. Espera. Senta-te e espera. Repousa. Aos poucos, o mundo novo do invisível chega até ti. E ao acostumares-te a ele, vais ouvir a harmonia, a melodia que só os ouvidos mais treinados podem ouvir.

~Adaptado de "Semente de Mostarda", Osho

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Dois Mundos, Uma Porta

Existem, realmente, dois mundos. Dois mundos cujas leis são profundamente diferentes (se é que podemos falar de leis) cujas características e manifestações são - eu diria - totalmente opostas ou, até mesmo, contraditórias.

Pelas experiências que vocês realizam, na vossa própria Consciência, começam a apreender-se, de algum modo, da oposição que pode existir entre o estado de Unidade e o estado dual da personalidade.

Vocês dão-se conta, pela vossa própria experiência, de que há dois mecanismos que operam, dois mundos que não podem ser descritos do mesmo modo, que não podem ser apreendidos da mesma maneira, porque tudo, efetivamente, os opõe sem, no entanto, serem confrontáveis ou oponíveis nesta Dimensão terceira.


Nós empregamos várias expressões: Si, Eu, fragmentado e Ilimitado, para tentar aproximá-los, não por um ponto, mas mais por uma Porta de saída denominada Desdobramento da Luz (e, portanto, Porta de Luz), permitindo-vos viver a vossa própria experiência da Unidade, a fim de fazê-los provar, pela vossas Atenção e Intenção, o que é a Consciência não ordinária.

Esta Consciência denominada Turiya, que está muito além da consciência de sonho, muito além da consciência da ausência, ou, ainda, da consciência de sono, e que conduz, de qualquer maneira, ao que eu denominaria, do seu ponto de vista, uma Supra Consciência ou o Supramental.

Ou seja, a alguma coisa que não tem o que fazer, afinal, da atividade mental, que não tem o fazer de tudo o que existe em meio ao corpo de desejo e que representa, de algum modo, uma revolução total, uma mudança de paradigma, fazendo-vos passar de um mundo onde existem leis, organizações, hierarquizações, valorizações, para um mundo onde a Liberdade é total, tanto para a Consciência como para o conjunto dos constituintes.

A Autonomia e a Liberdade não podem ser apreendidas de outra forma senão vivendo-as em meio à Unidade.

Naturalmente, em meio à personalidade, podem existir princípios de autonomia e de liberdade, mas reivindicando ou buscando sempre em relação ao mesmo mundo.

~Irmão K

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