Vem

Vem, vem, sejas tu quem fores
Não importa se és um infiel, um idólatra
Ou um adorador do fogo,
Vem, a nossa irmandade não é um lugar de desespero,
Vem, mesmo tendo violado o teu juramento cem vezes,
Mesmo assim, vem.

~Rumi


domingo, 9 de novembro de 2014

A sempre Virgem



Quando do seu recolhimento no templo, Maria fizera voto de silêncio, e este silêncio, diz-nos de uma forma magnífica um místico muçulmano, «era-lhe como que mais que uma virgindade»: «Exigiu-se a Maria a oração interior, isto é, que se orientasse de todo o coração para Deus, colocando a sua alma sob a Sua Sombra, para que ele cobrisse com a Sua Sombra a sua alma e contivesse os seus desejos. Por esta Graça, os desejos não se agitam e não se dispersam na sua ebuliação e agitação ao ponto do seu fumo atingir o peito, no sítio onde irradiam as Luzes da Divindade. Pois entre os Seus Dons, o nosso Senhor não concedeu a nenhum dos Seus servidores o direito à Luz da Sua Glória que irradia do seu peito (...) Foi ordenado a Maria que se conservasse num estado de oração e tranquilidade, mantendo assim o seu coração orientado para a Glória de Deus, para estar constantemente nessa atitude de glorificação da Majestade divina.»1 [...] O veículo humano da Mensagem divina deve ser iletrado pela mesma razão que a Virgem Maria deve ser virgem: o veículo humano da Mensagem divina dever ser puro e intacto, pois a Palavra divina só se pode inscrever na tabuinha pura e intacta da receptividade humana.

1 Tirmidhi, Nawâdir, 415

in "Jesus na tradição Sufi" por Faouzi Skali

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