Vem

Vem, vem, sejas tu quem fores
Não importa se és um infiel, um idólatra
Ou um adorador do fogo,
Vem, a nossa irmandade não é um lugar de desespero,
Vem, mesmo tendo violado o teu juramento cem vezes,
Mesmo assim, vem.

~Rumi


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Dêem-lhes vocês algo para comer, desde a casa de Arão



Numa casa de doidos onde não se reconhece o próprio pão, é servido o pão da inveja.

Ao fiel é servido o pão santo «Effathá».


Trouxeram-Lhe então um surdo que mal podia falar
e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele.

Jesus, afastando-Se com ele da multidão,
meteu-lhe os dedos nos ouvidos
e com saliva tocou-lhe a língua.
Depois, erguendo os olhos ao Céu,
suspirou e disse-lhe:
«Effathá», que quer dizer «Abre-te».

Imediatamente se abriram os ouvidos do homem,
soltou-se-lhe a prisão da língua
e começou a falar correctamente.
~Mc 7,31-37


Quando estavam sozinhos, Jesus colocou os dedos nos ouvidos do surdo-mudo e com sua saliva tocou a língua. Este gesto lembra a encarnação. O Filho de Deus é um homem inserido na realidade humana: ele tornou-se um homem, portanto, ele pode entender a condição dolorosa de outro homem e intervém com um gesto no qual a sua própria humanidade está envolvida. Ao mesmo tempo, Jesus quer deixar claro que o milagre acontece por causa de sua união com o Pai: para isso, ele olhou para o céu. Então, ele suspirou e pronunciou a palavra decisiva: Effatà, que significa "abrir". E imediatamente o homem foi curado: os seus ouvidos abriram-se, a sua língua soltou-se. A cura era para ele uma "abertura" para os outros e para o mundo.
~Papa Francisco, Angelus, Domingo, 9 de Setembro de 2018


A sós com o surdo-mudo, Jesus realiza gestos significativos: mete-lhe os dedos nos ouvidos, faz saliva e toca-lhe com ela a língua (vers. 33). Tocar com o dedo significava transmitir poder; a saliva transmitia, pensava-se, a própria força ou energia vital (equivale ao sopro de Deus que transformou o barro inerte do primeiro homem num ser dotado de vida divina – cf. Gn 2,7). Assim, Jesus transmitiu ao surdo-mudo a sua própria energia vital, dotando-o da capacidade de ser um Homem Novo, aberto à comunhão com Deus e à relação com os outros homens.


É precisamente o Coração que Jesus veio "abrir", libertar, para nos permitir viver plenamente o relacionamento com Deus e com os outros.


vide Tema do 23º Domingo do Tempo Comum

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