Vem

Vem, vem, sejas tu quem fores
Não importa se és um infiel, um idólatra
Ou um adorador do fogo,
Vem, a nossa irmandade não é um lugar de desespero,
Vem, mesmo tendo violado o teu juramento cem vezes,
Mesmo assim, vem.

~Rumi


domingo, 25 de julho de 2010

A Sacralidade da Respiração

A relaxação e a meditação, e todas as práticas de desenvolvimento espiritual, incluem técnicas de respiração. Os efeitos da respiração profunda e oxigenação apropriadas estimulam os sentidos parassimpáticos e governam os sentidos simpáticos. As pessoas sentem-se sempre calmas e revitalizadas após estas práticas porque a acção parassimpática está dirigida à manutenção, acumulação e armazenamento de energia. As actividades do simpático estão mais dirigidas ao dispêndio da energia influenciando o metabolismo de glicogénio no fígado. Quando a relação entre os ramos do sistema autónomo está equilibrada, o parassimpático recolhe energia enquanto o simpático a dirige e a despende resultando num estado de relaxação e energização.

Suster a respiração conscientemente durante as práticas de ioga ou de meditação nutre o corpo e o sistema nervoso com o oxigénio e ajuda-nos a obter controlo sobre algumas das funções do sistema autónomo.


Na respiração normal ou em exercícios especiais de respiração, a inspiração está mais ligada à tensão, preparação e aceleração; a expiração está conectada à relaxação, calma e abrandamento. De uma maneira geral, os nossos hábitos de respiração afectam e reflectem o equilíbrio e função do sistema autónomo e os seus relacionados sentidos.

Uma respiração regular, acompanhada de suave inalação de oxigénio e descarga completa de dióxido de carbono, influencia o grau de equilíbrio entre os dois ramos. Uma respiração irregular e superficial provoca acumulação de dióxido de carbono no corpo contribuindo para uma condição sanguínea ácida a qual cria um estado de tensão elevada. Estes factores combinados desencadeiam uma super actividade no simpático.

A maioria da humanidade não respira correctamente, usa apenas uma narina para respirar.

A maioria das antigas artes marciais é baseada na respiração correcta. A respiração adequada capacita atrair o Prana do Universo. O Prana é todo o alimento deste Universo[1]. Na maioria das antigas tradições, quando um estudante entra em prática espiritual, a primeira coisa que lhe é ensinada é como respirar correctamente. Mesmo na vida quotidiana, quando tomamos uma respiração profunda, sentimo-nos relaxados.

Um dos tipos mais simples e mais profundos de respiração é observar a própria respiração. Quinze minutos por dia é o suficiente.
Uma das chaves para o tesouro da alma é a respiração.
"Se puderes mudar a respiração poderás mudar o estado da mente. Ou, se mudares a mente, a respiração também mudará."


[1]
O Prana ou Qi ou Espírito ou Energia Vital (todos sinónimos) encontra-se nas partículas mais minúsculas que dão forma e substância ao Universo que habitamos. Tudo não passa de Qi em vibração. Tudo é Qi e Qi é tudo. A física quântica já o provou.

O Qi do Universo, no início dos tempos, diferenciou-se em duas forças, Yin e Yang. Estas forças complementam-se e transformam-se uma na outra. Tudo é uma combinação harmoniosa de Yin e Yang. No sistema autónomo, o simpático é Yang, enquanto o parassimpático é Yin.

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