Não se sabe muito bem porquê, mas o Sol tem um coração que pulsa. Ou uma respiração. Tal como o nosso peito se enche a cada respiração, a dimensão do Sol varia ligeiramente, reflectindo a sua actividade. Outro sinal deste dinamismo é o facto de o Sol ficar coberto de manchas escuras quando se agita, tal como nós ficamos com manchas vermelhas nas faces quando fazemos esforço físico.
O Sol é composto por 90 por cento de hidrogénio e 10 por cento de hélio. A temperatura do núcleo atinge os 15 milhões de graus e a da superfície bastante inferior: "apenas" 6000 graus. No interior do astro diurno ocorrem reacções de fusão nuclear, quando núcleos de hidrogénio se fundem para dar origem a hélio, libertando energia que se dissipa sob a forma de calor e radiacção, alguma da qual visível. Neste alto-forno estelar são queimadas, por segundo, 610 milhões de toneladas de hidrogénio, o que equivale a dizer que, a cada segundo que passa, o Sol perde 100 milhões de toneladas de massa.
Esta actividade nuclear gera correntes eléctricas e, sobretudo, campos magnéticos muito importantes. Como a densidade média do Sol é praticamente a da água, formam-se importantes correntes de matéria. Por isso, o período de rotação ao nível do Equador (25 dias) não é igual aos dos polos (31 dias).
~artigo Uma estrela com pulsação, Courrier Internacional, Agosto 2010
edição original jornal Le figaro, autor Jean-Luc Nothias, 11.06.2009